domingo, 30 de maio de 2010

Sistema Contábil

A CIÊNCIA CONTÁBIL E A CONTABILIDADE DE CUSTOS
1. O SISTEMA CONTÁBIL E SEUS SUBSISTEMAS

A Contabilidade é uma ciência social que estuda a riqueza patrimonial individualizada, sob os aspectos quantitativos e qualitativos, tendo entre seus objetivos a geração de informações e a explicação dos fenômenos patrimoniais, possibilitando o controle, o planejamento e a tomada de decisão, no enfoque passado/presente/futuro. Tudo isso, servindo aos mais diversos usuários, para que eles possam, por meio de seus atos buscarem a prosperidade da entidade e da sociedade.

Esse conceito, não restringe à ação da Contabilidade na medida em que discorre sobre a necessidade de suprir as expectativas informativas dos usuários a ela ligados. Porém, cabe observar a correlação existente entre tal ciência e outras formas de conhecimento, ou seja, existe uma relação intencional entre os estudos contábeis e as demais áreas do conhecimento.

Neste sentido, a visão da transdisciplinariedade é fundamental, sendo a mesma
entendida como o encontro entre as ciências e destas com a filosofia, com a arte e com o espírito, buscando o desenvolvimento do pensar holístico e do agir localizado.
A Contabilidade, assim como as outras ciências, pode ser estuda sob enfoques
particulares, aqui denominados de especializações.

Conceitualmente, poder-se-ia entender o especialista como uma pessoa que sabe quase
tudo sobre quase nada, se orgulha pela sua unilateralidade de visão e que perdeu, muitas vezes, o poder da inteireza. Entretanto, o sentido que se quer denotar é justamente o inverso.
Para facilitar o estudo contábil, ramifica-se este conjunto em partes menores, a fim de compreender melhor sua organização, mas sem jamais esquecer a visão global. Cumpre, transcender o enfoque da especialização, pensando holísticamente e agindo localmente.
A figura 1 demonstra que a ciência contábil ramifica-se em uma gama de
especializações (Contabilidade Gerencial, Agrícola, Pública, Comercial etc.), sendo que cada uma delas estuda o patrimônio sob uma ótica particular, conforme especifica sua identificação. A determinante disso são as diversas atividades desenvolvidas pelas organizações, as políticas adotadas, os interesses dos usuários, as normas
governamentais, dentre outras.

2. A CONTABILIDADE GERAL E A CONTABILIDADE DE CUSTOS
Uma das principais missões da CONTABILIDADE é proporcionar informações adequadas e sistemáticas dos fenômenos patrimoniais (fatos contábeis) ocorridos nas células sociais, conhecidas como empresas ou entidades.
Entre as muitas especializações da contabilidade (como visualizado na figura 1) é
possível classificá-la em contabilidade geral (financeira ou fiscal) e contabilidade
gerencial (inclusa nesta a contabilidade de custos).

Disto, visualiza-se a figura 2, que aborda a idéia discutida, no sentido de apresentar a entidade um sistema contábil capaz de cumprir as exigências legais (Contabilidade Geral/Financeira) e ainda anular as necessidades informativas dos usuários (internos e externo), gerando informações de ordem gerencial ou gestorial.

2.1 A CONTABILIDADE GERAL engloba todos os fatos ocorridos na entidade e prepara informações tanto para o âmbito interno (administradores, diretores, gerentes
etc.) quanto externo à entidade (acionistas, governos, fornecedores etc.). Preocupa-se com o acompanhamento de todas as transações de captação de recursos
financeiros e sua materialização em fatores produtivos de uma parte e, por outra parte, das transações envolvendo a comercialização dos produtos e serviços e a posterior cobrança dos mesmos. Trata ainda do cálculo do resultado, entendido este no sentido de excedente havido após a remuneração a tipo de fornecedores, sejam de trabalho ou de capital, bem como da elaboração de demonstrações contábeis.

Deve seguir os Princípios Fundamentais de Contabilidade, e também atender as
exigências fiscais e societárias. Neste aspecto, cita-se a legislação do imposto de renda das pessoas jurídicas (decreto-lei nº 1.598/77), a qual obriga a empresa a manter um sistema de custos integrado e coordenado com o restante da escrituração. Se isto não ocorrer, o fisco poderá arbitrar o valor dos estoques para efeito do cálculo do imposto de renda e da contribuição social, desconsiderando a escrituração contábil.

Porém, nem todos os métodos de custos são aceitos pela legislação brasileira. Ela requer a utilização do chamado custeio por absorção (será estudado em capítulos posteriores), o qual atende aos PFC. Este sistema tem como filosofia a premissa de que todos os custos (fixos e variáveis – diretos e indiretos) são computados ao custo dos produtos, portanto ativados.

Assim, para atender à legislação comercial, a empresa deve adotar tal sistema ou, se
adotar algum outro, deverá, por ocasião do encerramento do exercício, fazer os ajustes necessários de seus estoques e do custo dos produtos de acordo com os procedimentos do custeio por absorção.

2.2 A CONTABILIDADE DE CUSTOS centra sua atenção no estudo da composição
e no cálculo dos custos, também observa o resultado dos centros ou dos agentes do
processo produtivos. A contabilidade de custos tem como característica ser de caráter
INTERNO.

Alguns estudiosos a dividem em:
2.2.1 CONTABILIDADE DE CUSTOS SINTÉTICA visa o registro e apuração, numa SEÇÃO da contabilidade geral, das operações propriamente industriais ou de prestação de serviços. Tais registros sintetizam, resumem e consolidam os resultados dos cálculos detalhados de custos efetuados na contabilidade de custos analítica, na forma de alocação de custos setoriais, apropriação de custos a produtos e serviços e apuração do custo unitário dos produtos elaborados, semi-elaborados e em elaboração,
através do uso de mapas, fichas e planilhas.

Um bom exemplo é o livro de Hilário Franco, "contabilidade industrial", que ilustra os LANÇAMENTOS CONTÁBEIS necessários para o acompanhamento, na forma de PARTIDAS DOBRADAS, desde a aquisição dos fatores de produção à evidenciação do custo dos produtos fabricados e vendidos, passando pela valoração dos estoques de insumos, materiais e produtos.

2.2.2 A CONTABILIDADE DE CUSTOS ANALITICA visa o detalhamento da informação e respeito do movimento interno de valores, efetuado para a transformação dos fatores em produtos, não só com fins contábeis, inventariais e de apuração do resultado geral, mas igualmente com fins gerenciais e administrativos, de planejamento,
orçamentação, controle e avaliação de desempenho, de produtos, setores e operações -
detalhamento este realizado em Mapas, fichas e planilhas.

A contabilidade de custos analítica pode ser desdobrada numa contabilidade setorial e
numa contabilidade dos produtos.

2.2.2.1 A CONTABILIDADE SETORIAL DE CUSTOS visa o acompanhamento, a
alocação e a determinação dos custos operacionais setoriais, totais e unitários. O mapa de localização de custos (MLC) é uma das possibilidades de realização de uma
contabilidade setorial de custos ou, simplesmente, de setorização de custos.

2.2.2.2 A CONTABILIDADE DE CUSTOS DOS PRODUTOS visa a apropriação dos custos de transformação aos produtos elaborados, semi-elaborados e em elaboração, bem como a apuração do custo total e unitário dos produtos e serviços - para fins gerenciais e administrativos, podem abranger ainda os custos de distribuição, armazenagem, vendas e administração, incluídos aí os custos financeiros e tributários.

A ordem de produção ou de serviço, o boletim de Apropriação de custos (BAC) e o mapa
de apropriação de custos (MAC) são instrumentos-exemplos de uma contabilidade de
custos dos produtos.

3. HISTÓRIA DA CONTABILIDADE DE CUSTOS
A Contabilidade de Custos nasceu da Contabilidade financeira, quando da necessidade
de avaliar estoques na indústria, mais especificamente com o início da Revolução
industrial. Anteriormente a esse período, os produtos era fabricados por artesãos que, via de regra, não constituíam pessoas jurídicas e pouco preocupavam-se com o cálculo de custos.
A contabilidade nessa época, tinha sua aplicação maior no segmento comercial, sendo
utilizada para apuração do resultado do exercício. Porém, com o incremento da indústria surge a necessidade de cálculo de custos para formação de estoques.
Os comerciantes para apurar o resultado do exercício somavam as receitas e subtraíam
delas o custo da mercadoria vendida, gerando o lucro bruto. Do lucro bruto eram
deduzidas as demais despesas e, assim, encontravam o lucro ou prejuízo do período
(esse sistema de apuração ainda hoje é utilizado pela contabilidade).

Leia mais em: http://www.netsaber.com.br/apostilas/apostilas/1029.pdf

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