domingo, 30 de maio de 2010

DRE versus FLUXO DE CAIXA

As Demonstrações Contábeis e o Fluxo de Caixa

Em primeiro lugar discutamos a respeito do relacionamento entre a Contabilidade e o Fluxo de Caixa. Infelizmente ainda encontramos quem ache que a questão e de alternativa: ou um ou outro, sem que se perceba da ligação umbilical entre as Demonstrações Contábeis e o Fluxo de Caixa.
Talvez a grande falha resida exatamente entre nós, Contadores, quando deixamos de mostrar aos nossos usuários que essa conexão e intima e fundamental.
O Balanço e a Demonstração do Resultado, se elaborados a luz do custo histórico puro e na ausência de inflação, é a distribuição lógica e racional ao longo do tempo do Fluxo de Caixa da empresa. E é talvez necessário esclareçamos isso aos consumidores do nosso produto. Precisamos saber mostrar que um ativo possui, alem das disponibilidades e das aplicações de caixa efetuadas, direitos que estão para se
transformar em caixa: e além disso, possui bens que estão representando o montante
de caixa desembolsado ou a ser desembolsado em função de sua aquisição.

E que o passivo representa valores a desembolsar futuramente. Logo, o balanço inteiro, sem exceção, possui ligação como Fluxo de Caixa.
A Demonstração do Resultado possui receitas que foram ou serão recebidas na
forma de dinheiro, e despesas que foram ou serão pagas da mesma forma. Assim. o
lucro obrigatoriamente transita pelo caixa da empresa.

Alguns itens podem dar uma dificuldade maior de entendimento aos iniciantes, é
verdade. Por exemplo. a aquisição de mercadorias a prazo produz o registro do ativo
antes do seu desembolso e pode acontecer de esses bens serem baixados antes
mesmo do respectivo pagamento. Assim, há, sempre, uma diferença no tempo entre o
momento em que se registra o lucro com a transação e o efetivo aparecimento, no
caixa, do respectivo montante. Ainda mais que as vendas podem também ter essa
diferença temporal. Mas, inexoravelmente, o lucro bruto transita pelo caixa. E a
diferença, em termos de tempo, normalmente é pequena.

Qual é então a diferença entre a Demonstração do Resultado e o Fluxo de
Caixa? Ora, o registro das vendas no momento de sua ocorrência representa muito
melhor a verdadeira capacidade de geração de lucro e de caixa do que o recebimento
do dinheiro dos clientes. E a contraposição do custo das mercadorias vendidas a essas
vendas mostra muito melhor o diferencial produzido pela operação do que o registro,
num período, do pagamento das mercadorias, e no outro, o do recebimento das
transações realizadas. Como ambos os fluxos financeiros não acontecem
simultaneamente.

Isto é, não há coincidência entre o recebimento e o pagamento, o regime de caixa puro e simples produziria distorções enormes na mensuração do quanto se está ganhando ou perdendo nas operações. Daí a inteligência humana haver criado o Regime de Competência em que se tem a junção e a confrontação entre os fluxos de entrada e saída e o seu respectivo saldo, evidenciando-se o que não é tão bem visível no puro Fluxo de Caixa.

Claro que seria muito mais simples o registro tão somente do Fluxo Financeiro
puro, mas que ilusões estariam sendo criadas quando do descasamento (que está
sempre ocorrendo) entre o recebimento e o pagamento.

O mesmo diz respeito às demais despesas e receitas operacionais. Imagine-se
uma empresa com um empréstimo que previsse uma carência nos juros por um certo
período. Que perigo não se considerar esse encargo pela sua inocorrência, deixandose
para computá-lo tão somente no seu pagamento.

Leia mais em: http://www.eac.fea.usp.br/cadernos/completos/cad20/cont_x_fluxo.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário